Páginas

quarta-feira, março 30

Viagem para Recife à bordo do Fusca Magildo - Parte I

Mais uma vez venho com o papinho de "ah, vou ressuscitar o Cold Beer Inside, dessa vez é pra valer e blábláblá...", mas sério, tentem acreditar em mim dessa vez.

Estou numa que lembra muito a época que comecei a escrever num blog: tempo vago de sobra, com expectativa de ter coisas para ocupar o tempo só daqui a alguns meses, o tédio reinando. O que me leva a lembrar também de como era divertido postar episódios bizarros da minha vida e merdas do tipo. Então decidi que o esquema daqui pra frente vai ser por aí. Quem conheceu o blog na época que eu postava conteúdo no naipe de um sem número de outros blogs que tem por aí - e cometeu a insanidade de voltar a ler essa birosca - vai estranhar um pouco. Os que conhecem os primórdios do CBI ou mesmo os outros blogs que já tive nem vão estranhar tanto.


Chega de encher linguiça, vamos ao que interessa.




***



Mermão, se tem uma bagaça que faz neguinho ter história e ganhar XP é carnaval. Sinceramente? Eu faço parte daquela galera que nem curte carnaval, mas só pelo fator "isso vai dar merda, mas depois vai ser engraçado pra caralho" insisto em entrar em umas.

Esse ano rolou a possibilidade de ir à Recife, pra casa do brother Pedro, pra curtir o carnaval famoso de lá. E ideia inicial seria ir de ônibus mesmo, com mais uma galera que iria se hospedar lá também. Só que uns dois dias antes, tinha comentado com Bruno que tava indo pra lá, como ele tava sem planos pro carnaval, perguntou se rolava de ir junto. Contactei Pedro, dono da casa, que logo deu o sinal positivo.

Bruno tem um "carro". É um Fusca amarelo 81, batizado de Magildo. É óbvio que ele teve a ideia de ao invés de irmos seguros e confortáveis num ônibus de poltrona fofinha e ar condicionado, ir de Fusca. E é mais óbvio ainda que eu topei a ideia sem pensar meia vez no que isso podia significar.

Pro negócio ficar mais divertido, compramos tinta spray e desenhamos uma vagina gigante no capô do carro - não, mentira, mas teria sido uma ideia genial - anyway... pra ficar mais divertido, combinamos de ir no sábado logo cedo. Acontece que na sexta rola o Cafuçu, que é um bloco pré-carnavalesco daqui de João Pessoa, onde as pessoas se vestem com roupas bregas e saem pelas ruas do Centro Histórico. Bruno foi pro bloco e eu toquei com minha banda num after lá pelo lugar. Ou seja, num dava pra dormir nem 2 horas antes de pegar a estrada.

Voltando pra casa com o dia prestes a clarear, vi que não ia conseguir dormir mesmo e que era melhor beber as últimas cervejas perto de casa, esperando a hora de ir. Foi quando recebi um SMS que dizia: "Bateram com uma moto em Magildo, preciso ir na oficina e depois ligo", ou algo assim. Prum bêbado, somar a parte do "sem dormir porra nenhuma, vou viajar pra Recife num Fusca 82" com "todo amassado" não resulta em "caralho, tá na hora de desistir dessa insanidade".

Como Bruno levou o Fusca pra oficina, no fim das contas consegui dormir. Lá pro meio da tarde acordei numa ressaca fudida, como era de se esperar. De umas 4 e meia escuto a buzina do Fusca e desço com minhas tralhas. Fui logo analisar o estado do carro e vi a porta do motorista completamente amassada, sequer abria. Se o Fusca capotasse no meio da estrada ou sei lá, entrasse em combustão espontânea - não duvidaria dessa possibilidade - a única rota de fuga seria a minha porta, passando por cima de mim no meio do desespero. Fato que ficou irrelevante depois que percebi que não existia cinto de segurança. Tinha a tira preta do cinto, mas tava ali só pra fazer o fake, num tinha nem como AMARRAR a parada. Depois eu ficaria sabendo que além disso, o volante tinha uma folga e o freio as vezes falhava. E só pra ter a cereja do bolo, a borracha do vidro da porta ficava pendurada na minha cara. Pensei: - Foda-se! Eu tenho bolas! - e entrei no carro.



Continua no próximo episódio...


Um comentário: