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segunda-feira, abril 4

Viagem para Recife à bordo do Fusca Magildo - Parte II

[ Leia a primeira parte ]


Fomos buscar nossa amiga Candy num shopping aqui perto de casa. Durante o caminho só pensava na cara de "ih, que fria é essa que estou entrando" que ela ia fazer ao se deparar com Magildo. Ou ela soube disfarçar bem ou teve mesmo coragem de encarar a viagem no Fusca, porque não pareceu se espantar.



Em alguns minutos já estávamos na estrada. Minha primeira preocupação era como o posto da Polícia Rodoviária que teriamos que passar. Putz, num ia ter nem desculpa pra dar. Metade das coisas no carro não funcionavam. Primeiro posto da polícia chegando, c* na mão, a viagem podia terminar precocemente, mas os policiais estavam bem de boa e nem olharam direito pro carro. Ufa! De imediato perguntei a Bruno quantos postos policiais ainda iriamos passar. Teoricamente eram três.

Se não me engano tava rolando um Chico Buarque no som do carro. Serviu pra dar uma relaxada e esquecer da falta do cinto de segurança ou da Polícia Rodoviária. Só que ainda segurava forte onde dava quando o carro passava por um das dezenas de desvios que tem na estrada por causa das obras da duplicação.

O CD de Chico tinha acabado quando começou a escurecer e colocamos Led Zeppelin pra tocar. Faltava pouco pra chegar em Paulista e todas aquelas cidades vizinhas de Recife. Com a pista escura (erh, pra variar os faróis do Fusca eram fraquinhos) o perigo era maior, mas nessa hora eu estava tranquilo. Acho que já tinha me acostumado com a situação.

Passamos por Paulista e Abreu e Lima - pelo que me lembro - e chegando à Olinda um engarrafamento imenso. Muitos foliões pegando os ônibus lotados, lotações e táxis. Era andar 15 metros, parar, andar 15 metros, parar... Em dado momento Bruno resolveu fazer uma manobra pelo pátio de um posto de gasolina pra se livrar de alguns metros de engarrafamento, só que ao voltar pra rua:

Bruno: - Acho que dá pra entrar por aqui.
Eu: - Bicho, perdemos a entrada!
Bruno: - Relaxa, entro ali na frente.

Agora uma das partes mais bizarras da viagem toda: Metros depois notamos que não dava mais pra voltar pra pista porque estávamos em cima da calçada e a guia era alta demais pra descer. Qual a solução que Bruno pensou? Seguir em frente pela calçada mesmo! Mermão, a gente tava na CALÇADA DE UM BATALHÃO DO EXÉRCITO, do lado de uma fila imensa de carros, todo mundo estressado por estar no engarrafamento e o Fusca passando por todo mundo bem maroto!

Mais uns metros e encontramos os primeiros pedestres que se assustaram com a situação surreal de ter um Fusca buzinando pra pedir passagem por eles. Minha única reação foi rir descontroladamente. Todo mundo no carro entrou na onda. Quem via a cena de fora pensava que era um Fusca com três brisados gargalhando filhadaputisticamente da galera que tava se fudendo no trânsito. A galera nos ônibus gritava pra nós como se a gente tivesse fazendo aquilo sem perceber a barbeiragem. Depois de andar uns 300 metros pela calçada do batalhão do exército, achamos uma passagem de volta para a rua. Não esqueço dessa cena nunca mais.

Saindo daquela avenida mega congestionada em Olinda, pegamos pra Recife. A ideia era parar em algum lugar pra lanchar e ligar pro pessoal pra pedir as orientações de como chegar na casa de Pedro. Achamos o Habib's e comemos umas pizzas, ligamos pra Pedro que deu as indicações, que pareciam simples de seguir e encontrar o nosso destino. Só pareciam...



Continua no próximo episódio...


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